Padre Marcelo sofreu ainda mais por não aceitar que estava doente, ele demorou a aceitar e com isso a crise só agravava. Sem querer assumir a depressão, se viu sem saída, até que por fim, cedeu e buscou ajuda e tratamento. “Eu mordi minha língua, eu não acreditava em depressão. Internamente, eu achava que era frescura. Deus permitiu que eu tivesse e eu passei por uma depressão de sete meses e 22 dias. Tive que passar por uma coisa que eu nunca tive, que foi a insônia, tive que vencer isso com insônia e tudo”, lembrou.
Fora isso, ele adquiriu várias outras doenças, como a discopatia generalizada, artrite, que acabou por afetar a sua coluna, que o deixou imobilizado, e a anorexia, perdeu muito peso, foram 68 kg a menos, ficou irreconhecível e causou espanto entre os fiéis.
Em meio ao tratamento, ele declarou em entrevista: “Não sou padre por profissão, sou padre por missão. Deus me chamou”. Ainda sobre os anos difíceis em que conviveu com a depressão, ele falou das consequências, incluindo o desânimo em torno da vocação. “Durante a depressão, ser padre se tornou uma profissão. Não deixei de ir em nenhum compromisso, mas já não fazia com amor. Senti que algo estava errado quando o Papa Francisco veio aqui e eu não cantei para ele. Foi aí que me dei conta e pensei: ‘preciso me tratar’”.